Bom, espero que ele tenha apenas esbarrado nesse vídeo pois o Rossini viveu no período transitório entre o classicismo e o romantismo, ou seja, muito depois... É certo que sua orquestração tinha claras influências de Mozart, mas, trechos como a "Tempestade", de "O Barbeiro de Sevilha", o traz para o Romantismo. Por um ato parecido, cerca de cem anos depois, nosso Carlos Gomes seria estraçalhado pela crítica com a "Aurora Luminosa".
Justamente sua mais conhecida obra, "O Barbeiro de Sevilha" foi composta em 12 dias. Sim! Uma ópera em 12 dias. Na verdade ele era brasileiro: que deixa tudo pra última hora (brincadeira rsrs).
Dizem que ele era meio picareta. Encomendavam uma ópera pra ele e davam um tempo. Ele nem lembrava da encomenda e os patrocinadores perguntavam:
- E aí, Rossini?! Como está indo a ópera?
- Está indo bem! - mas ele nem sabia sequer o tema que iria usar. De repente sentava e "fazia" a coisa!
Daí os contratantes e músicos iam ficando desesperados pois chegava a época dos ensaios e as partes não estavam prontas. Alguns músicos já brigavam: "Esse maluco vai escrever uns negócios difíceis e vamos ter de nos virar pra tocar à primeira vista de novo?" - Sim! isso já era um hábito.
Aliás, ele sempre inventava "modas" de última hora pra poder compensar essa sua assumida deficiência de cumprir prazo, então, pegavam todos de surpresa com suas ideias esquisitas. Sempre sobrava para os músicos!!!
Sobrava pois, um peça como esta, a dos dois gatos, é preciso muito domínio pra não se descambar a rir na performance. Ele adorava por os músicos na fogueira. Essa aí não e diferente...
Os dirigentes e músicos detestavam mas a platéia adorava. Realmente ele conseguia "fazer graça" como poucos.
Até que um dia se cansaram disso! Nunca mais deram uma chance e ele resolveu se dedicar a um ofício em que o poder de improvisação é, digamos, benvindo: a culinária...
A partitura tá aqui...