quinta-feira, 21 de julho de 2011

Por que não fazemos como Stefani Germanotta?

Esse post é dedicado aos meus colegas de graduação, mais especificamente os colegas de turma da disciplina Elementos da História da Arte 2, também conhecido como ELEHA 2 mas que nós, universitários bestas que éramos, insistíamos em chamar de “Geléia 2”. Também à professora da disciplina, Roberta Kobayashi, que quase me reprovou. OK, ok.. Eu assumo... Eu que levei o curso na maciota, eu que quase me reprovei... Mas o MM que eu tirei nessa disciplina na verdade vai virar o BOOM da viagem que vai ser este post...

Chega de enrolação!

Voltemos à pergunta: Por que não fazemos como Stefani Germanotta?

Afinal, quem é essa dona?

Quem me conhece sabe que olho para os artistas do presente e tento fazer um elo com os grandes compositores. Alguns dizem que eu forço a barra em algumas ocasiões mas permita-me apresentar mais este argumento.
Por exemplo: Como a música de Lady Gaga é da forma que ouvimos. Porque ela compôs assim! – dirá algum esperto. Não me contento com essa resposta... Quero mais...

Então podemos voltar um pouco, numa banda que já declarei aqui que gosto muito: Queen.

Pois lá pelo começo da década de 1980 o rádio já havia perdido seu posto para as TVs e o Queen aproveitou e além de fazer uma singela homenagem ao Rádio ainda o fez com algumas críticas que são reforçadas pelo videoclipe com as imagens de Metrópolis.

Professora Roberta! Queimo agora minha língua ao dizer que esse filme nunca seria importante, que era um filme sem graça. Coisa de adolescente mesmo, né? Quem falou que tudo tem de ser engraçado?

Metrópolis é um filme de 1926 do expressionista alemão Fritz Lang. A caricatura do obedecer e da linha industrial eram o principal foco da crítica, e crítica muitas vezes não é e nem era pra ser engraçado mesmo... Deixa essa parte pro CQC... :-P

Pois quem já usou esse filme também foi a Madonna.

Opa... Madonna, Queen, Radio Ga Ga... Pois são essas as influências da Stefani Germanotta mesmo, a Lady Gaga...

Aliás, um parêntesis: Se o Freddie Mercury não tivesse mudado o nome da música ela seria Lady Ca Ca... A história começou quando o baterista Roger Taylor (valeu aí, Jr!) estava ouvindo rádio e seu filho, com 2 anos na ocasião, balbuciou as sílabas “Ca Ca”. O Freddie achou o resultado sonoro estranho e resolveu mudar para Ga Ga... Essa música influenciou a atual popstar em seu nome artístico... Mas vai lá e digita no Youtube Germanotta que vocês verão outras “fontes” dela... Vou deixar só uma “palhinha”...



Muitos criticam os artistas atuais mas eu creio que o problema não está 100% neles... Por exemplo: Acredito que a Germanotta tenha excelente criatividade, conheça bem a linguagem musical, sei que toca bem piano, tem correntes culturais fortes e as usa. Mas as pessoas que não querem nem saber...

Na minha opinião ouvir música sem “escutar”, destrinchar além da sua superficialidade, é como ler um livro e nem prestar atenção no que tá lendo... Por isso se ouve música clássica e no final só se acha “bonitinho”...

Dizem que a música erudita é toda igual. Sugiro que quem acha isso vá ao Teatro Nacional nas noite de terça e antes de ouvir a música dê uma boa lida no programa – aliás, as análises dos programas desta temporada da OSTNCS está muito boa. Só pra citar alguns destaques: A Sinfonia da Alvorada de Tom Jobim, 7ª Sinfonia de Vaughn Willliams e a 10ª Sinfonia de Mahler tiveram encartes muito bem escritos em que aprendi ainda mais... Isso porque deixei de ler vários...

Essa minha idéia louca de tentar entender como a música dos grandes compositores Beethoven, Mozart, Bach chegou aos modelos de hoje começou com uma música da Britney Spears, acreditam? Toxic! Alguém se lembra do riffzinho estilo “string-sawtooth”? Pois aquele riffizinho me lembra muito o Quincy Jones – isso mesmo, aquele quem lançou o Michael Jackson mas que antes estudara composição com Nádia Boulanger em Paris e viajou meio mundo com bandas de jazz com acordes super-empenados e foi puxando esse lado e vou parando por aqui senão post vira dele...

Ainda acredito que a música de hoje veio dos grandes sim... Sei que muitos vão me crucificar... Mas eu posso achar, não posso?

Sei que muitos criticaram os Beatles em seu apogeu mas quero ver alguém ter coragem – ou argumentos – de (para) criticar obras como “Pepperland” ou ”Sea Of The Time” ou até mesmo o “Eleanor Rigby”...

Foi muita viagem? Exagerei??

Um comentário:

Daniel Reis Jr. disse...

Não, não exagerou. Precisa só se repetir menos... :-)

O baterista do Queen é o Roger Taylor.

BTW, tenho pra mim que "Tempos Modernos" de Charles Chaplin é a versão "engraçada" para a crítica feita em "Metropolis".
:-)